Considerada 'erva daninha', serralha pode ser alternativa para repigmentar pele em tratamento contra o vitiligo; entenda

  • 28/09/2024
(Foto: Reprodução)
Pesquisa da Universidade Federal de Lavras (Ufla) investiga potenciais benefícios da hortaliça no controle do vitiligo, uma doença não contagiosa que causa a despigmentação da pele em diferentes partes do corpo de uma pessoa. Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla) investigam o uso da serralha no tratamento contra o vitiligo. Estudos preliminares mostraram que o extrato das folhas da hortaliça pode promover a repigmentação das áreas afetadas. 📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp O estudo é feito com a serralha, uma hortaliça não-convencional que é bastante popular e costuma ser consumida como salada, apesar de ser considerada "erva daninha". A pesquisa, desenvolvida no Departamento de Agricultura da Ufla, mostra que o ácido chicórico – principal composto da serralha – é apontado como a peça-chave para os resultados positivos até então. O principal objetivo é desenvolver um produto que seja capaz de reverter ou controlar a despigmentação da pele. A pesquisa está em fase de testes e deve ser concluída até 2028. (Entenda mais abaixo) Pesquisa da UFLA investiga eficácia da serralha no tratamento contra vitiligo O que é o vitiligo? O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. Segundo o Ministério da Saúde, as lesões surgem devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. Ainda conforme o Ministério da Saúde, as causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença. “O vitiligo é uma doença diagnosticada principalmente em jovens, e ela pode causar diversos distúrbios sociais e problemas emocionais, devido à vergonha que as pessoas que têm a doença sentem", explica a professora Luciane Vilela Resende, que lidera a pesquisa sobre o uso da serralha. A doença é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou seja, diminuição da cor, com manchas brancas de tamanho variável na pele. O vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos a saúde física. Pesquisa da UFLA investiga eficácia da serralha no tratamento contra vitiligo Arquivo pessoal O estudo No estudo, foi testado e constatado que o extrato das folhas de serralha foi eficaz na repigmentação da pele afetada pelo vitiligo. Os testes foram feitos em peixes conhecidos como paulistinhas ou peixe-zebra, o zebrafish (Danio rerio), e em camundongos (Mus musculus). O vitiligo foi induzido nos peixes e, após testes de toxicidade com diferentes concentrações do extrato de serralha, foi desenvolvida uma emulsão (uma mistura entre um ou mais princípios ativos) considerada adequada, que não causava a morte ou nenhum tipo de deficiência nesses animais. Com a comprovação do resultado, a equipe de pesquisa partiu para os testes em camundongos, que são organismos maiores do que os peixes. A aplicação do extrato de serralha resultou na repigmentação das áreas afetadas da pele das duas espécies. Em ambas, os testes preliminares foram positivos. As análises Para o estudo foram analisados diferentes acessos da serralha, ou seja, exemplares da planta de diferentes localidades. Por meio de análises químicas do extrato da serralha, foi identificado que o ácido chicórico é o principal composto presente nas análises desse estudo. Serralha pode se tornar alternativa para repigmentação da pele no tratamento contra o vitiligo Claudemir Camilo/EPTV A pesquisa realizada na Ufla ainda busca entender se a propriedade de repigmentação da pele resulta da ação isolada do ácido chicórico ou se a interação de outros compostos presentes nas folhas da serralha influenciam no resultado final. De acordo com os pesquisadores, a concentração do ácido chicórico pode variar em cada acesso da serralha, de acordo com a região em que ela é cultivada e com as condições do ambiente. Esses fatores afetam o metabolismo secundário da planta, que é responsável pela produção dos compostos bioativos. Além disso, o estudo analisou a plasticidade fenotípica da serralha, que se refere à ampla adaptação da planta a variações no ambiente. Ou seja, é uma planta que pode ser cultivada e sobrevive em diferentes regiões. Eficácia da serralha em teste Para que seja comprovada a eficácia da serralha no tratamento contra o vitiligo, o estudo passa por algumas etapas. Até então, já foram concluídas as fases de seleção do melhor acesso, o estudo da fisiologia da planta, os testes com zebrafish e com camundongos. Atualmente estão sendo realizadas as análises fisiológicas dos camundongos, para identificar os efeitos do extrato de serralha no organismo do animal, além do estudo da patologia do vitiligo. Pesquisa da Ufla investiga potenciais benefícios da serralha no tratamento contra o vitiligo Reprodução / Ufla Nesta etapa atual, o extrato será nanoencapsulado e será produzida uma nanoemulsão, a ser novamente testada nos camundongos e zebrafish. O objetivo é produzir um fármaco em cápsula ou serum de tamanho nanométrico – já que medicamentos que estão nessa proporção, em geral, apresentam maior eficiência nos resultados. A equipe de pesquisa realiza testes para verificar se, no caso da serralha, o produto nanoencapsulado é, de fato, mais eficiente se comparado ao não nanoencapsulado, já que esse processo aumenta os custos de produção do medicamento. A previsão é que os testes em seres humanos comecem nos próximos semestres e o estudo seja concluído em 2028. Futuro uso De acordo com professora da Escola de Ciências Agrárias de Lavras, Luciane Vilela Resende, o medicamento produzido a partir da serralha pode transformar essa planta em uma solução para a sociedade. "Poder desenvolver um medicamento, à base de uma espécie desvalorizada em termos de uso, e transformá-la em uma espécie benéfica, é muito interessante. Inclusive, os valores gastos com herbicidas para controlar a propagação da serralha podem ser revertidos na venda, em um medicamento que auxiliará a sociedade”, afirmou a coordenadora da pesquisa. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2024/09/28/considerada-erva-daninha-serralha-pode-ser-alternativa-para-repigmentar-pele-em-tratamento-contra-o-vitiligo-entenda.ghtml


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